Filha de pais trabalhadores rurais, que migraram para o Rio de Janeiro na esperança de proporcionar uma vida melhor para seus 12 filhos e tiveram que lidar com todos problemas sociais das grandes metrópoles, Sônia Neves conquistou a posição de referência dentro da biblioteconomia por mérito e esforço. Muito esforço.
O cenário de sua infância e adolescência é a Cidade de Deus (favela do Rio de Janeiro). Formou-se professora junto com o ensino médio. Passou em seu primeiro concurso público com 18 anos. Escolheu biblioteconomia no vestibular, conseguiu estágio rapidamente e continuou a estudar, pois sabia que era a educação que proporcionaria uma mudança de vida.
Devido à distância entre sua casa e a faculdade (a UNIRIO fica na Urca, zona nobre da cidade), foi morar em uma república estudantil com mais de 20 universitárias. A vida atribulada somada à desvalorização aos professores na Rede Municipal de Ensino, resultou na difícil decisão pedir demissão do serviço público e conseguir um emprego de vendedora em uma loja de tapetes. Acredita nessa coragem?
Mas deu tudo certo e rapidamente ela conseguiu uma vaga de bibliotecária na empresa onde estagiava. Ficou lá durante 8 anos enquanto se dedicava a uma outra graduação: o Direito! E voltou a estudar para concursos públicos.
Entre uma reprovação em fase prática aqui, um concurso cancelado ali, abalos emocionais na família e uma certeza: não desistir. E ela não desistiu, mesmo!
Hoje Sônia Neves é mãe do pequeno Vicente, bibliotecária no TRE-RJ, uma das maiores referência na Biblioteconomia, dá aulas de Direito para concursos no curso BiblioJuris e inspira a classe bibliotecária todos os dias.